Não é apenas impressão, as cidades estão cada vez mais cheias e o trânsito cada dia mais intenso. Segundo dados do IBGE, vemos uma curva crescente na quantidade de habitantes no Brasil, mesmo após uma pandemia que matou mais de 710 mil pessoas nos últimos 4 anos.
Estima-se que atingiremos nosso pico populacional em 2030, o que significa que as cidades enfrentarão novos desafios e precisarão se reinventar para não correrem o risco de colapsar. Nesse cenário, o transporte coletivo é uma solução crucial para mitigar os impactos ambientais e promover o bem-estar social.
Além de diminuir o fluxo de veículos em circulação e reduzir as emissões de carbono, um sistema de transporte moderno também desempenha um papel vital na promoção da inclusão social, permitindo que pessoas de todas as origens e rendas acessem empregos, educação e serviços de saúde.
Cidades superpopulosas ao redor do mundo já adotaram medidas significativas para priorizar o transporte público como parte de suas estratégias de desenvolvimento urbano. Nova York, Londres e Paris investiram sistemas de transporte coletivo acessíveis e confiáveis para moradores e turistas. Tóquio, no Japão, é prova de que um ecossistema de mobilidade urbana eficiente é capaz de transformar a qualidade de vida até dos moradores da cidade mais populosa do mundo.
TÓQUIO E A RÁPIDA URBANIZAÇÃO
Ao final da 2ª Guerra Mundial, o Japão viu um aumento súbito no êxodo de populações rurais, que saíam dos interiores e migravam para as três principais regiões metropolitanas do país. No ano de 1962, menos de 20 anos após o fim da guerra, a população de Tóquio atingiu o expressivo número de 10 milhões de habitantes.
Vendo o crescimento acelerado nas vendas de veículos particulares e preocupado com a possibilidade de as grandes cidades tornarem-se espaços claustrofóbicos, o governo criou um plano de desenvolvimento para ajudar na urbanização da região metropolitana de Tóquio. O Ato Nacional de Desenvolvimento da Região Metropolitana, nome do projeto em tradução livre, foi formulado em 1958, com foco em dois desafios a serem resolvidos: a gestão de moradias e a criação de um transporte coletivo eficaz.
O Japão sempre teve o trem como um importante meio para a movimentação de cargas e pessoas, por isso, o desafio maior era integrar o transporte urbano com as malhas ferroviárias que já existiam. Isso exigiu um mapeamento das áreas populosas da região metropolitana de Tóquio para a criação de um plano de transporte completo, com capacidade de atender um grande volume de passageiros.
Foram construídos metrôs e faixas exclusivas para ônibus e houve um alto investimento em tecnologias embarcadas para incentivar a população a optar pelo transporte coletivo. Com a região metropolitana de Tóquio altamente integrada, não é necessário viver na capital para ter acesso fácil a educação, trabalho e sistemas de saúde.
Atualmente, com 37 milhões de habitantes, a região é considerada a maior e mais populosa do mundo. Ao mesmo tempo, apesar da alta densidade populacional, é globalmente reconhecida por seu sistema de transporte eficiente, seguro e confiável.
O comprometimento do governo japonês com a mobilidade urbana permitiu uma drástica redução na quantidade de veículos particulares nas ruas e levou a população a usar o transporte coletivo não por falta de opção, mas por escolha. O plano de desenvolvimento conseguiu evitar que a capital japonesa colapsasse e se mantém até hoje, com revisões e alterações a cada 10 a 15 anos aproximadamente.
COMO SE INSPIRAR EM TÓQUIO CONSIDERANDO A REALIDADE BRASILEIRA?
Apesar de 2030 estar logo ali, ainda dá tempo das cidades se prepararem para essa nova realidade. Não precisamos de um trem-bala para fazer da mobilidade urbana brasileira eficiente, moderna e segura.
Este é o momento para que transporte coletivo passe a ser visto por todo seu potencial transformador. O trabalho não é feito sozinho, claro, é necessário que haja colaboração entre governos, empresas de ônibus e a população, através de investimentos em infraestrutura, políticas de transporte integradas e acessíveis, e educação pública sobre os benefícios do transporte público. Tudo isso precisa ser regido com transparência, para que a população sinta segurança e confiança no processo.
Se pararmos para pensar, a mobilidade urbana Tóquio começou do zero, com péssimas condições financeiras e estruturais do pós-guerra. No Brasil já existe uma estrutura sólida que facilita o desenvolvimento do transporte coletivo. Com planejamento, investimento e conhecimento, conseguimos, sim, que as cidades se tornem cada dia mais sustentáveis, inclusivas e modernas para todos os seus habitantes.
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Referência:
Para este texto, usamos como referência o artigo “A Case Study on Tokyo Metropolitan Region”, escrito pelo World Bank Group, que pode ser conferido aqui.