Tarifa Social: uma experiência que deu certo em João Monlevade (MG)

João Monlevade é um município localizado na região leste do estado de Minas Gerais e sempre teve a siderurgia como atividade econômica propulsora. Há algum tempo, passou a ser também um polo regional de serviços na área médica e no comércio varejista e mais recentemente, tem se transformado em cidade universitária. O transporte público foi um fator determinante para esse crescimento. A Enscon, que opera o sistema de transporte municipal, está na cidade há 31 anos.

Há 10 anos aproximadamente, o então prefeito da cidade instituiu o Tarifa Social, um projeto que visava oferecer uma tarifa no valor de R$1,00 para um pequeno trecho na área central da cidade.  “A ideia básica foi criar o itinerário no trecho mais adensado no centro da cidade. Um percurso bem curto, mas que conectasse os bancos, INSS, posto de saúde da prefeitura e o comércio, somente de segunda a sábado, no horário comercial”, explica Eduardo. Inicialmente, a ideia pareceu prejuízo certo para a Enscon, mas pouco depois do início da operação o resultado provou o contrário. “Fomos contra o projeto o tempo todo, mas o serviço foi criado. A única coisa que conseguimos foi que não teria o cobrador. Deu certo!”, completou.

De fato, o resultado foi surpreendentemente positivo. Eduardo conta que o transporte público passou a combater a concorrência com o mototáxi, muito presente na época, e atraiu um cliente que não usaria o serviço se fosse preço cheio. “O moto taxi foi legalizado na cidade e estava crescendo muito. Após a implantação da linha, os serviços passaram a focar no frete. Não acabou, mas visivelmente parou de crescer”, completa. Ele conta ainda que existe pressão para aumentar a tarifa, mas hoje quem defende este valor é a empresa. A linha que opera este trecho tem IPK (índice de passageiros por quilômetro) de 6.

Aproximação com as demandas da população e investimento tecnológico

Há mais de 30 anos, a cidade conta com um Conselho Municipal de Transporte (CMT), representado por diversos setores da sociedade civil e entidades de classe.  Segundo Eduardo, o CMT sempre foi muito atuante, com reuniões mensais. “Acredito que a participação da nossa empresa nas reuniões mantém um canal ativo e atualizado das demandas da população”, explica.

Ele ainda complementa que o investimento constante em tecnologia, frota e na formação da equipe de trabalho, além de poder contar com uma infraestrutura moderna e um diálogo constate com a sociedade e o poder público, são fatores que contribuem para a proposição de iniciativas que favoreçam à população e fortaleçam o transporte público municipal.  Destaca também a longa parceria com a Empresa 1: “Já são 18 anos de parceria, e com certeza é parte da evolução e modernização do nosso serviço”.

Palavra do empresário

Cada cidade tem sua característica. Sei que é difícil iniciar um projeto desses e desistir caso não tenha sucesso. A pressão sempre é grande, mas acho que o preço da tarifa é onde podemos recuperar parte da demanda. O que descobrimos no nosso caso é que quem passou a usar essa nova linha não era usuário do sistema. A tarifa era muito cara para um deslocamento tão pequeno.

Já do lado da tecnologia, a cobrança diferenciada da tarifa e a informação em tempo real do serviço me parece a melhor estratégia para iniciativas desse tipo. Hoje, o empresário encontra suporte na tecnologia para melhorar a prestação do serviço.

Se você gostaria de compartilhar com outros empresários do transporte alguma boa prática que tenha implementado na sua empresa, conte a sua experiência acessando este link.

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