A concorrência na mobilidade urbana, entre carros e ônibus, nunca foi tão forte e desfavorável para o transporte público. Forte porque são múltiplas as opções de aplicativos de transporte e de compartilhamento de veículos, com modelos de negócio diferentes e serviços extremamente atraentes. Desfavorável porque este leque de opções está cada vez mais acessíveis ao bolso da população.
Segundo dados da NTU, os aplicativos são responsáveis pela queda de 5% da demanda de passageiros no transporte coletivo. Se olharmos para este cenário sob o aspecto de competitividade, assim como em qualquer mercado, esbarramos na necessidade de conhecer os diferenciais destes concorrentes, para então buscar formas de competir e criar vantagens. Lembra daquela ideia da Análise SWOT: transformar ameaças em oportunidades?
Pois é, então vem com a gente.
Quem são os novos entrantes
- Transporte por aplicativo: A oferta aqui é grande, vai do carro particular ao táxi. Existem plataformas globais, que podem ser acessadas no mundo inteiro, e aplicativos locais que ganham cada vez mais força. Também surgem nesta categoria serviços segmentados por público, como é o exemplo do Lady Driver, exclusivo para o público feminino. Outro modelo recente, que vem gerando polêmica, é a versão de compartilhamento, como é o caso do Uber Juntos. Neste serviço, a Uber combina viagens individuais com trajetos de outros passageiros para destinos próximos.
- Plataformas de carona: Semelhante ao modelo anterior, as plataformas de carona permitem que pessoas comuns compartilhem seus carros com outras pessoas que precisam se deslocar no mesmo trajeto. O custo dos aplicativos de carona costumam ser menores. Porém, o usuário do app não consegue escolher um percurso por conta própria, ele apenas escolhe entre as opções cadastradas pelos motoristas. Vale falar que algumas pessoas acham esta opção pouco segura. Mesmo com estas desvantagens este modelo tem ganhado força. O Waze entrou no ramo recentemente com o Carpool. Outro exemplo bastante conhecido é o Blablacar, que já tem mais de 60 milhões de usuários no mundo.
- Ônibus por aplicativo: Apesar de estar disponível apenas no Egito, o Uber Bus já faz barulho. E já que estamos mapeando a concorrência, vale a pena inclui-lo na lista mesmo sabendo que no Brasil a legislação é diferente. Funciona como uma versão expandida do Uber juntos, com maior capacidade de passageiros. Os microônibus são da Uber, dirigidos por motoristas parceiros.
- Serviços de mobilidade combinada: Aqui entram os inúmeros serviços de integração de modais e informação ao usuário, como por exemplo o Moovit e Moovel. A máxima nesta categoria é: quanto mais funcionalidades disponíveis para facilitar a vida dos usuários melhor.
Um raiox da concorrência na mobilidade urbana
Já que estamos falando em atrativos, o que os novos serviços de mobilidade têm em comum? Eles oferecem formas cadas vez mais flexíveis de se deslocar e de pagar pelo serviço.
- Comodidade de acesso ao serviço: Com o aplicativo na mão o usuário se sente no comando.
- Usabilidade do aplicativo: É inegável. Todos os serviços desta categoria foram criados com foco no usuário, ele são simples e fáceis de usar.
- Pagamento integrado: Não está com dinheiro trocado na hora da viagem? Isso não é um problema, basta pré cadastrar os cartões nas opções de pagamento e usar o serviço.
Todas as empresas citadas acima se encaixam no modelo de negócio que visa a disrupção. Ou seja, elas buscam quebrar o curso normal de um processo. Vivem em um mundo onde a tecnologia, exclusivamente, não é o verdadeiro disruptor. Mas sim a capacidade de entender e atender o cliente.
E aí fica uma provocação para você pensar também no seu negócio, seja ele qual for. O que as empresas tradicionais estão fazendo enquanto isso acontece lá fora?
Algumas buscam formas legais de criar barreiras (que provavelmente serão quebradas), na expectativa de blindar o mercado. Outras acreditam que não serão impactadas. Mas ainda são poucas as que conseguiram enxergar um caminho prático para modernizar verdadeiramente seu negócio.
Chegou a hora de mudar o jogo
Independentemente da sua posição neste momento, uma coisa você precisa ter em mente: o jogo mudou e precisamos nos adaptar a ele. Nas palavras do papa do marketing ,Philip Kotler, o senso de urgência é questão de sobrevivência:
“As companhias prestam muita atenção ao custo de se fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não se fazer nada.”
Não é só para salvar o modelo tradicional de transporte público que precisamos reagir. É para salvar a mobilidade urbana. Resumindo, quanto mais pessoas optarem pelos carros, mais carros estarão nas ruas. Com mais carros nas ruas, pior o congestionamento. Quanto maior o congestionamento, pior para todos, inclusive para o transporte coletivo.
Esta visão deveria ser suficiente para fazer a população entender que o transporte coletivo é a melhor opção para todos. Mas, infelizmente ele acaba negligenciando o “coletivo” para buscar atributos como comodidade, facilidade de acesso e opções de pagamentos.
É justamente neste atributos que está a oportunidade de atrair o usuário novamente para o transporte público. Junto ao novo “modus operandi” estão chegando as novas tecnologias. Se você ainda não está pensando em oferecer novos meios de pagamento, aplicativos com informação em tempo real, ou benefícios como Wi-Fi a bordo e programas de fidelização, é melhor colocar a modernização no radar para 2019.
Precisa de ajuda para desenhar o seu roadmap tecnológico? Entre em contato com o nosso time, será um prazer ajuda-lo.